quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

REFLEXÃO SOBRE O TEXTO “ANIMAÇÃO CULTURAL” VILÉM FLUSSER





O diálogo do Texto de Flusser, inicia-se com uma mesa redonda, o que me remeteu as rodas de Paulo Freire, que busca a igualdade. Porque em uma mesa retangular tem o acento de destaque, de superioridade. Vivemos em uma sociedade, onde um quer ser melhor que o outro, e o texto é muito bem trabalhado, colocando como que o homem quer ser superior ao objeto, e no mesmo texto pode-se perceber que o objeto (mesa) também quer se mostrar mais importante que a humanidade. Então até que ponto os objetos estão a nossos serviços, e quando nós estamos a serviços das máquinas? O homem cria os aparelhos e se torna refém deles. Flusser nos propõe a uma reflexão crítica e social, pois ele mostra que os objetos não são feitos apenas para nos servir e nós para dominá-los, pelo contrário, somos dependentes dos objetos, um exemplo disso é o uso do aparelho celular e computadores, pois não conseguimos mais viver sem eles. E o autor do texto aborda que esses objetos inanimados reivindicam seus devidos valores, enquanto seres animados, pois se consideram importantes, e o mundo não seria nada sem eles. Logo é necessário que se reflita sobre os valores tradicionais dos objetos que não são apenas o de servi e facilitar a nossa vida, bem como refletir sobre o lugar da humanidade diante dos objetos oferecidos.

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Oficina de Nanquim Amazonico

PROJETO DO NANQUIM AMAZÔNICO


Nos dias 12, 13 e 14 de abril  eu Patricia Padilha e o Rildo Brasil artista conceituado no municipio de marabá nesta técnica e colega do curso de artes visuais da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA), realizamos a primeira experiencia em sala de aula com os alunos da Escola Rio Tocantins (CAIC), na Folha 13, em Marabá Pará. Esta experiencia foi proporcionada pela Universidade mostrando-nos a verdadeira realidade da sala de aula.

Neste projeto envolvemos as de Didática, Arte Brasileira III e Teoria e Crítica da Arte. Através destas disciplinas pudemos elaborar nosso projeto e conciliar o teórico com a prática, verificando o plano de trabalho elaborado. aqui trabalhamos em dupla , porém a realidade nas salas de aula é outra.

Inicialmente realizamos apresentação dos alunos, com a dinâmica do barbante, o qual todos se apresentavam, conforme p tamanho do fio que tinham tirado, foi muito legal, pois conhecemos um pouco mais nossos alunos.

Apresentação dos alunos


Nosso projeto busca contribuir com a arte local, a partir da arte moderna. Trabalhamos sobre o Cubismo, do artista Fernando Léger e suas obras, esse artista foi escolhido porque em muitas de suas obras as pinturas são em preto e branco, e muitas delas retrata trabalhadores, o cotidiano e o lazer.
Como os artistas da região que foram os precursores da arte do bico de pena (nanquim) em nossa cidade, como o Augusto Morbach, Pedro Morbach, Antônio Morbach, Domingos Nunes, Rildo Brasil, Walney Oliveira, e Ronaldo Pimentel, esses artistas locais foram trabalhados em painéis cedidos pela Fundação Casa da Cultura mostrando a biografia e fotografias desses artistas locais, e estes retratam muito bem a cultura local, por isso escolhemos este projeto para trabalhar comparando com Fernando Legér.

Painéis dos Artistas locais

Utilizamos Apresentação em slide, com auxilio de datashow  para mostrar como se deu essa história, o que é arte moderna, o que foi o movimento cubista, quem foi Fernando Legér, suas obras,  mostramos obras dos artistas locais para que os alunos pudessem ter esse contato mais próximo, para partimos para prática.



No 1ª dia de oficina foi trabalhado, toda a parte teórica, foi distribuido o material para que eles fizessem testes, para que eles tivessem contato com a tinta, e despertasse o interesse pela oficina, onde eles puderam experimentar o bico de pena e a caneta nanquim, em seguida foi ensinado a técnica das hachurias, para que os alunos pudessem perceber como dar volume e massa ao desenho.

Trabalho a mão livre, sem a técnica da hachuria
Desenho com hachuria

No 2º dia, os alunos realizaram desenhos a mão livre ou copiados, e preencheram com as técnicas de hachurias mostradas pelo Rildo Brasil.
Rildo Explicando a técnica de hachurias


O resultado foi muito satisfatório, alunos com grande potencial, ficamos tão felizes com o resultado que realizamos uma exposição no refeitório para mostrar os trabalhos.


                          


No 3º dia, os alunos realizaram a releitura das obras do artista cubista Fernando Léger.



Ao final da oficina, fizemos uma exposição com todos os trabalhos produzidos, e uma avaliação dos resultados obtidos, fomos bem aceito pela turma, realizamos uma dinâmica pra quebrar o gelo, antes deles falarem um pouco sobre o que acharam da oficina.
Avaliação

Essa experiencia foi ótima, do meu ponto de vista, o projeto foi bem executado, obtivemos resultados surpreendentes.
que venham mais experiências como esta.


quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Anita Malfatti e a Arte Moderna

Vida e obras de Anita Malfatti



Nascida em 2 de dezembro de 1889 em São Paulo. é considerada como uma das pioneiras do movimento modernista no Brasil.  Possuía atrofia no braço e na mão direita, e desenvolveu a habilidade nas artes plásticas por incentivo de sua mãe.

Em meados de 1906 morre seu pai Samuele Malfatti, base financeira da família. Sem possuir renda para manter a si mesma e os filhos Bety Malfatti (mãe de Anita) passou a dar aulas de desenho, pintura e idiomas onde Anita possuiu os primeiros contatos com arte.

Sua primeira obra foi “burrinho correndo”, de 1909. Após a família ter peço para que ela copiasse uma capa de uma revista estrangeira de assuntos de agricultura. Então ela copiou com todo cuidado e capricho, e assinou com seu apelido de família “Babynha”.

No vídeo os visitantes são estimulados a utilizar a mão esquerda para experimentar a dificuldade. e eu vejo um contra ponto deste momento pois, quando perdemos um sentido, automaticamente somos instigados a aperfeiçoar e desenvolver as habilidades com outros sentidos. assim a dificuldade em produzir as obras de Malfatti, se tornam ainda maiores.

Um ponto positivo é a interação mostrada na exposição, no qual os visitantes podem tocar, sentir e caminha pela obra, bem como a exposição dos trabalhos que são realizados por esses visitantes, servindo de estimulo e contato com o mundo da arte.

Falando um pouco mais, sobre Anita Malfatti, em 1910 se mudou para Berlim, retornando ao Brasil apenas em 1914, após isso Anita vai para os Estados Unidos e se matricula na Art Students League.

Em 1917, ela retorna para o Brasil e Produz sua exposição individual. Segundo o vídeo documentário assistido em sala de aula, sua obras eram vistas como produzidas por homem e não por mulher, e isso causou um certo estranhamento, pois esperava-se que anita troucesse uma pintura mais delicada

A qual foi bastante criticada pelo crítico de arte Monteiro Lobato, tanto que algumas obras foram devolvidas. A seguir algumas obras de anita malfatti que fizeram parte dessa exposição.








Título: A mulher de cabelos verdes
Ano: 1915-16
Técnica: Óleo s tela
Tamanho: 61x51 cm
Col. Ernesto Wolf, SP






















Título: A boba
Ano: 1915-16
Técnica: Óleo s tela
Tamanho: 61x50,5 cm
Museu de Arte Contemporânea da USP, SP.
















Título: A estudante russa
Ano: 1915
Técnica: Óleo s tela
Tamanho: 76x61 cm
Col- Mario de Andrade-Instituto de Estudos brasileiros da USP-SP
















Título: O homem amarelo
Ano: 1915-16
Técnica: Óleo s tela
Tamanho: 61x51 cm
Col- Mario de Andrade-Instituto de Estudos brasileiros da USP-SP














Título: O farol
Ano: 1915-16
Técnica: Óleo s tela
Tamanho: 46,5x61 cm
Col- Gilberto Chateau Briand Bandeira de Mello-RJ






Anita em uma de suas temporadas pela  Europa, soube de um professor que permitia que os alunos produzissem livremente ele lecionava na Independent School of Art e se chamava Homer Boss.

Nas férias de verão, Homer Boss levou os alunos para pintar na costa do Maine, na ilha de Monhegan. Foi nessa ilha que Anita pintou, entre outras, a paisagem intitulada O farol.

A exposição de Anita Malfatti inaugurada em dezembro de 1917, pode definir a marca da chegada de novas tendências estéticas ao país.

Observa-se como Anitta foi ousada para a época, onde vivia-se o impressionismo, com sua perfeição em detalhes, buscado retratar a paisagem, e quando anita chega expõe suas obras de figura humana, com traços grotescos, com pinceladas fortes, com contornos excessivos, com cores vibrantes, desconfigurando a imagem, ou geometrizando?, foi isso que incomodou Monteiro Lobato, ele não aceitava o movimento moderno que trazia Anita Malfatti. em  um texto publicado no jornal O Estado de São Paulo em 20 de dezembro de 1917, com o título"A Propósito da Exposição Malfatti"(republicado em 1919 no livro Ideias do Jeca Tatu, com o título Paranoia ou Mistificação?). Ele compara com as obras produzidas por pessoas com problemas mentais, e vai mais além diz que eles fazem consiente, e ela faz para se vangloriar. ao mesmo tempo no final do atrigo publicado ele reconhece que Anita é uma grande artista. Vejamos:

"Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que vêm as coisas e em consequência fazem arte pura, guardados os eternos ritmos da vida, e adotados, para a concretização das emoções estéticas, os processos clássicos dos grandes mestres.

(...)A outra espécie é formada dos que veem anormalmente a natureza e a interpretam à luz das teorias efêmeras (...)A única diferença reside em que nos manicômios essa arte é sincera, produto lógico dos cérebros transtornados pelas mais estranhas psicoses; e fora deles, nas exposições públicas zabumbadas pela imprensa partidária mas não absorvidas pelo público que compra, não há sinceridade nenhuma, nem nenhuma lógica, sendo tudo mistificação pura.

(...) Entretanto, seduzida pelas terias do que ela chama arte moderna, penetrou nos domínios dum impressionismo discutibilíssimo, e põe todo o seu talento a serviço duma nova espécie de caricatura. Sejam sinceros: futurismo, cubismo, impressionismo e tutti quanti não passam de ouros tantos ramos da arte caricatural.

Neste trecho, o autor cita explicitamente as convencionadas “vanguardas”, definindo-as como arte caricatural, caricatura de cor, caricatura de forma que não visa ressaltar uma ideia, mas sim, desnortear e atrapalhar o espectador.

Ao defender o caráter anormal e monstruoso da exposição, em prol de uma sinceridade e da importância da lógica, o autor demonstra seus problemas com as novas manifestações artísticas: elas não têm um padrão, não são passíveis de explicação, só podendo ser atribuídas a um subconsciente de alguém transtornado por algum tipo de psicose.
(...)Essa artista possui um talento vigoroso, fora do comum. Poucas vezes, através de uma obra torcida em má direção, se notam tantas e tão preciosas qualidades latentes. Percebe­se, de qualquer daqueles quadrinhos, como a sua autora é independente, como é original, como é inventiva, em que alto grau possui umas tantas qualidades inatas, das mais fecundas na construção duma sólida individualidade artística.

 (...) Julgamos-­la, porém, merecedora da alta homenagem que é ser tomada a sério e receber a respeito de sua arte uma opinião sinceríssima – e valiosa pelo fato de ser o reflexo da opinião geral do público não idiota, dos críticos não cretinos, dos amadores normais, dos seus colegas de cabeça não virada – e até dos seus apologistas".

Lobato coloca a sua opinião sobre a exposição e sobre o modernismo acima das críticas elogiosas por considerar seus comentários sinceros para o bem da arte, ao contrário dos cavalheiros que, por não darem o devido valor ao talento da artista, a elogiam sem medir consequências.

Percebe-se que Anita está indo contra as regras academicistas, expressando sua própria arte. Lobato, que defendia a modernidade, mas não a via na arte trazida pelos modernistas. tanto demonstra certa erudição a respeito das vanguardas artísticas, e identificando o movimento modernista, neste momento na figura de Anita Malfatti, como um grande importador de tendências, que, ao olhar do escritor, não apresentam nada a ser valorizado, muito menos uma inovação.

Após essa critica e repercussão anita se retrai e passa a mudar seu estilo de pintura, passando a retratar o ambiente local, o regional, o rural.

Apesar da crítica, Malfatti ilustrou livros de Monteiro Lobato e na década de 40 participou de um programa na Rádio Cultura chamado "Desafiando os Catedráticos", juntamente com Menotti Del Picchia e Monteiro Lobato.

Mais tarde Anita se juntou com Mario de Andrade, Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral e Menotti del Picchia, formando o grupo dos 5, participando a semana de arte moderna em 1922.

Mario de Andrade   Anita Malfatti    Oswald de Andrade     Tarsila do Amaral      Menotti del Picchia

A Semana da arte moderna foi inserida na festividade em comemoração ao centenário da independencia do brasil, e apresenta-se como a primeira manifestação pública cultural brasileira em oposição a arte conservadora. teve Inicio 11 de fevereiro de 1922 no antigo Theatro Municipal de São Paulo. A exposição ficou aberta nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922.

O Brasil do início do século XX,  caminha em busca da construção de uma autenticidade do povo brasileiro, buscando a arte do Brasil, o povo do Brasil a cultura do Brasil.Isso fez com que anita mudasse eu estilo de pintura voltando para a pintura academicista.

A semana reuniu arte plastica, música, poesia e literatura.








Título Porto de monaco
Ano: 1925-26
Técnica: Óleo s tela
Tamanho80x64,5 cm
col-Jenner Augusto Silveira-Ba















Título itanhaem
Ano: 1948-49
Técnica: Óleo s tela
Tamanho: 72x92 cm
Col-Manuel Alceu Affonso Ferreira-sp











Título: Samba
Ano: 1943-45
Técnica: Óleo s tela
Tamanho39,9x49,3 cm
Col-Gabriel de Castro Oliveira-sp