Vida e obras de Anita Malfatti
Nascida em 2 de dezembro de 1889 em São Paulo. é considerada
como uma das pioneiras do movimento modernista no Brasil. Possuía
atrofia no braço e na mão direita, e desenvolveu a habilidade nas artes plásticas por incentivo de sua mãe.
Em meados de 1906 morre seu pai Samuele
Malfatti, base
financeira da família. Sem possuir renda para manter a si mesma e os filhos Bety
Malfatti (mãe de Anita) passou a dar aulas de desenho, pintura e idiomas onde Anita possuiu os
primeiros contatos com arte.
Sua primeira obra foi “burrinho correndo”, de 1909. Após a família ter peço para que ela copiasse uma capa de uma revista estrangeira de assuntos de agricultura. Então ela copiou com todo cuidado e capricho, e assinou com seu apelido de família “Babynha”.
No vídeo os visitantes são estimulados a utilizar a mão esquerda para experimentar a dificuldade. e eu vejo um contra ponto deste momento pois, quando perdemos um sentido, automaticamente somos instigados a aperfeiçoar e desenvolver as habilidades com outros sentidos. assim a dificuldade em produzir as obras de Malfatti, se tornam ainda maiores.
Um ponto positivo é a interação mostrada na exposição, no qual os visitantes podem tocar, sentir e caminha pela obra, bem como a exposição dos trabalhos que são realizados por esses visitantes, servindo de estimulo e contato com o mundo da arte.
Falando um pouco mais, sobre Anita Malfatti, em
1910 se mudou para Berlim, retornando ao Brasil apenas em 1914, após isso Anita
vai para os Estados Unidos e se matricula na Art
Students League.
Em
1917, ela retorna para o Brasil e Produz sua exposição individual. Segundo o vídeo documentário assistido em sala de aula, sua obras eram vistas como produzidas por homem e não por mulher, e isso causou um certo estranhamento, pois esperava-se que anita troucesse uma pintura mais delicada
A qual foi bastante criticada pelo crítico de
arte Monteiro Lobato, tanto que algumas obras foram devolvidas. A seguir algumas obras de anita malfatti que fizeram parte dessa exposição.
Título:
A mulher de cabelos verdes
Ano:
1915-16
Técnica:
Óleo s tela
Tamanho:
61x51 cm
Col.
Ernesto Wolf, SP
Título:
A boba
Ano:
1915-16
Técnica:
Óleo s tela
Tamanho:
61x50,5 cm
Museu
de Arte Contemporânea da USP, SP.
Título:
A estudante
russa
Ano:
1915
Técnica:
Óleo s tela
Tamanho:
76x61 cm
Col-
Mario de Andrade-Instituto de Estudos brasileiros da USP-SP
Título:
O homem amarelo
Ano:
1915-16
Técnica:
Óleo s tela
Tamanho:
61x51 cm
Col-
Mario de Andrade-Instituto de Estudos brasileiros da USP-SP
Título:
O farol
Ano:
1915-16
Técnica:
Óleo s tela
Tamanho:
46,5x61 cm
Col-
Gilberto Chateau
Briand
Bandeira de Mello-RJ
Anita
em uma de suas temporadas pela Europa,
soube de um professor que permitia que os alunos produzissem livremente ele
lecionava na Independent School
of Art
e se chamava Homer Boss.
Nas
férias de verão, Homer Boss
levou os alunos para pintar na costa do Maine, na ilha de Monhegan.
Foi nessa ilha que Anita pintou, entre outras, a paisagem intitulada O farol.
A exposição de Anita Malfatti inaugurada em dezembro de 1917, pode definir a marca da chegada de novas tendências estéticas ao país.
Observa-se como Anitta foi ousada para a época, onde vivia-se o impressionismo, com sua perfeição em detalhes, buscado retratar a paisagem, e quando anita chega expõe suas obras de figura humana, com traços grotescos, com pinceladas fortes, com contornos excessivos, com cores vibrantes, desconfigurando a imagem, ou geometrizando?, foi isso que incomodou Monteiro Lobato, ele não aceitava o movimento moderno que trazia Anita Malfatti. em um texto publicado no
jornal O Estado de São Paulo em 20 de dezembro de 1917, com o título"A
Propósito da Exposição Malfatti"(republicado em 1919 no livro Ideias do Jeca Tatu, com o título Paranoia ou Mistificação?). Ele compara com as obras produzidas por pessoas com problemas mentais, e vai mais além diz que eles fazem consiente, e ela faz para se vangloriar. ao mesmo tempo no final do atrigo publicado ele reconhece que Anita é uma grande artista. Vejamos:
"Há duas
espécies de artistas. Uma composta dos que vêm as coisas e em consequência
fazem arte pura, guardados os eternos ritmos da vida, e adotados, para a
concretização das emoções estéticas, os processos clássicos dos grandes
mestres.
(...)A
outra espécie é formada dos que veem anormalmente a natureza e a interpretam à
luz das teorias efêmeras (...)A única
diferença reside em que nos manicômios essa arte é sincera, produto lógico dos
cérebros transtornados pelas mais estranhas psicoses; e fora deles, nas
exposições públicas zabumbadas pela imprensa partidária mas não absorvidas pelo
público que compra, não há sinceridade nenhuma, nem nenhuma lógica, sendo tudo
mistificação pura.
(...) Entretanto, seduzida pelas terias do que ela chama arte moderna, penetrou nos domínios dum impressionismo discutibilíssimo, e põe todo o seu talento a serviço duma nova espécie de caricatura. Sejam sinceros: futurismo, cubismo, impressionismo e tutti quanti não passam de ouros tantos ramos da arte caricatural.
Neste trecho, o autor cita explicitamente as convencionadas “vanguardas”, definindo-as como arte caricatural, caricatura de cor, caricatura de forma que não visa ressaltar uma ideia, mas sim, desnortear e atrapalhar o espectador.
Ao defender o caráter anormal e monstruoso da exposição, em prol de uma sinceridade e da importância da lógica, o autor demonstra seus problemas com as novas manifestações artísticas: elas não têm um padrão, não são passíveis de explicação, só podendo ser atribuídas a um subconsciente de alguém transtornado por algum tipo de psicose.
(...)Essa
artista possui um talento vigoroso, fora do comum. Poucas vezes, através de uma
obra torcida em má direção, se notam tantas e tão preciosas qualidades latentes.
Percebese, de qualquer daqueles quadrinhos, como a sua autora é independente,
como é original, como é inventiva, em que alto grau possui umas tantas
qualidades inatas, das mais fecundas na construção duma sólida individualidade
artística.
(...) Julgamos-la,
porém, merecedora da alta homenagem que é ser tomada a sério e receber a
respeito de sua arte uma opinião sinceríssima – e valiosa pelo fato de ser o
reflexo da opinião geral do público não idiota, dos críticos não cretinos, dos
amadores normais, dos seus
colegas de cabeça não virada – e até dos seus apologistas".
Lobato coloca a sua opinião sobre a exposição e sobre o modernismo acima das críticas elogiosas por considerar seus comentários sinceros para o bem da arte, ao contrário dos cavalheiros que, por não darem o devido valor ao talento da artista, a elogiam sem medir consequências.
Percebe-se que Anita está indo contra as regras academicistas, expressando sua própria arte. Lobato, que defendia a modernidade, mas não a via na arte trazida pelos modernistas. tanto demonstra certa erudição a respeito das vanguardas artísticas, e identificando o movimento modernista, neste momento na figura de Anita Malfatti, como um grande importador de tendências, que, ao olhar do escritor, não apresentam nada a ser valorizado, muito menos uma inovação.
Após essa critica e repercussão anita se retrai e passa a mudar seu estilo de pintura, passando a retratar o ambiente local, o regional, o rural.
Apesar da crítica, Malfatti ilustrou livros de Monteiro Lobato e na década de 40 participou de um programa na Rádio Cultura chamado "Desafiando os Catedráticos", juntamente com Menotti Del Picchia e Monteiro Lobato.
Mais tarde Anita se juntou com Mario de Andrade, Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral e Menotti del Picchia, formando o grupo dos 5, participando a semana de arte moderna em 1922.
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Mario de Andrade Anita Malfatti Oswald de Andrade Tarsila do Amaral Menotti del Picchia |
A Semana da arte moderna foi inserida na festividade em comemoração ao centenário da independencia do brasil, e apresenta-se como a primeira manifestação pública cultural brasileira em oposição a arte conservadora. teve Inicio
11 de fevereiro de 1922 no antigo Theatro
Municipal de São Paulo. A exposição ficou aberta nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922.
O Brasil do início do século XX, caminha em busca da construção de uma autenticidade do povo brasileiro, buscando a arte do Brasil, o povo do Brasil a cultura do Brasil.Isso fez com que anita mudasse eu estilo de pintura voltando para a pintura academicista.
A semana reuniu arte plastica, música, poesia e literatura.
Título: Porto de monaco
Ano: 1925-26
Técnica: Óleo s tela
Tamanho: 80x64,5 cm
col-Jenner Augusto Silveira-Ba
Título: itanhaem
Ano: 1948-49
Técnica: Óleo s tela
Tamanho: 72x92 cm
Col-Manuel Alceu Affonso Ferreira-sp
Título: Samba
Ano: 1943-45
Técnica: Óleo s tela
Tamanho: 39,9x49,3 cm
Col-Gabriel de Castro Oliveira-sp
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